O Pé Torto Congênito (PTC) ocorre devido a uma alteração no desenvolvimento fetal, ou seja, quando a criança ainda está na barriga da mãe. Mas a ciência ainda não descobriu a causa dessa alteração.

O importante é saber que o PTC é tratável e que o tratamento precisa começar o mais cedo possível.

O tratamento do PTC evoluiu bastante ao longo dos anos. Atualmente, o método recomendado para o tratamento dessa deformidade chama-se Ponseti.

Mas como funciona esse método? O objetivo do método Ponseti é corrigir a deformidade, para que o pé ou os pés afetados se tornem flexíveis e sem dor.

O tratamento possui duas fases. Na primeira fase, o pé ou os pés afetados são colocados na posição correta por meio de movimentos de alongamento e aplicações de gesso, realizadas semanalmente. Essas sessões se repetem por quatro a seis semanas.

Depois disso, é feita uma pequena cirurgia, com anestesia local, necessária para colocar o calcanhar na posição correta. Após essa cirurgia, a criança utilizará gesso por três semanas.

Na segunda fase do tratamento, o gesso é retirado para que a criança comece a utilizar uma órtese de abdução. A órtese nada mais é do que duas botinhas presas a uma barra de metal.

O uso da órtese é importantíssimo. Ela deve ser utilizada seguindo rigidamente as orientações do ortopedista pediátrico. O uso correto da órtese vai impedir o retorno da deformidade.

Você deve estar se perguntando: será que meu filho ou a minha filha vai se adaptar ao uso da órtese? Por quanto tempo ele terá que utilizar a órtese?

O recomendável é que a criança utilize a órtese até os quatro anos de idade. Nos três primeiros meses, ela precisa usar a órtese por todo dia, exceto no momento do banho. Após os três meses, a órtese deve ser utilizada diariamente, durante quatorze horas consecutivas e sempre no mesmo horário.

Na maior parte do tempo em que estiver com a órtese, a criança estará dormindo. Isso significa que a órtese não vai impedir a criança de aprender a andar, correr e brincar.

O uso correto da órtese pode parecer um desafio para a criança e também para os pais, mas essa é uma etapa fundamental do tratamento. Com conversa e criatividade, a criança entenderá que a órtese será sua aliada.